ATA DA DÉCIMA TERCEIRA SESSÃO SOLENE DA SEGUNDA SESSÃO LEGISLA­TIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA LEGISLATURA, EM 05.06.1990.

 


Aos cinco dias do mês de junho do ano de mil novecentos e noventa reuniu-se, na Sala de Sessões do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre, em sua Décima Terceira Sessão Solene da Segunda Sessão Legislativa Ordinária da Décima Legislatura, destinada a homenagear a República da Itália. Às dezessete horas e vinte e sete minutos, constatada a existência de “quorum”, o Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos e solicitou aos Líderes de Bancadas que conduzissem ao Plenário as autoridades e personalida­des presentes. Compuseram a Mesa: Ver. Valdir Fraga, Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre; Sr. Antonio Alberti, Presidente do Comitê de Integração Italiana; Sr. Antonio Carlos Roseto, Presidente do Centro Calabrês do Rio Grande do Sul; Sr. Tomaso de Lorenzo, 1º Vice-Presidente da Sociedade Italiana do Rio Grande do Sul; Sr. Carlos Bicchieri, Presidente da Câmara de Comércio Italiano; Jornalista Firmino Cardoso, representando a Associação Riograndense de Imprensa; Srª Antonieta Barone, Presidente do Centro Franco-Brasileiro e Ver. Vicente Dutra, autor da proposição e, na ocasião, Secretário “ad hoc”. A seguir, o Senhor Presidente fez pronunciamento alusivo à solenidade e, após, concedeu a palavra aos Vereadores que falariam em nome da Casa. O Ver. Vicente Dutra, na condição de autor que originou a presente homenagem e, em nome das Bancadas do PDS, PTB, PCB, PL e PMDB, reverenciou o transcurso do Dia Nacional da Itália, citando a recente formação do Centro Calabrese e referindo seus inestimáveis serviços em prol do intercâmbio de relações e desenvolvimento entre as Nações brasileira e italiana. O Ver. Ervino Besson, em nome da Bancada do PDT, destacando a significativa dimensão da colonização italiana em nosso Estado, enfatizou o patrimônio laboral e cultural legados pela Itália ao Brasil, por intermédio dos imigrantes. O Ver. Omar Ferri, em nome da Bancada do PSB, registrou ter recebido visita do pequeno empresário Ferdinando Bragonglio; discorreu sobre o incentivo que aquele País reserva para essa modalidade empresarial e salientou a presença do imigrante italiano neste Estado e os laços de amizade que unem os dois países. O Ver. Artur Zanella, em nome da Bancada do PFL, homenageou a República Italiana, evocando a história da colonização de nossa terra pelos imigrantes daquela Nação. E o Ver. Giovani Gregol, em nome da Bancada do PT, destacando a cultura italiana através da história e decisão do povo de não permitir a instalação de usinas nucleares, asseverou que a Itália “preserva o passado e é atenta ao seu presente”. Em continuidade, o Senhor Presidente concedeu a palavra ao Sr. Antonio Alberti, Presidente do Comitê de Integração Italiana que, em nome da República da Itália, agradeceu à Casa pelas reiteradas homenagens prestadas àquele país. Às dezoito horas e vinte e oito minutos, o Senhor Presidente convidou as autoridades e personalidades presentes à passarem à Sala da Presidência e, nada mais havendo a tratar, levantou os trabalhos, convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Ordinária de amanhã, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelo Vereador Valdir Fraga e secretariados pelo Ver. Vicente Dutra, Secretário “ad hoc”. Do que eu, Vicente Dutra, Secretário “ad hoc”, determinei fosse lavrada a presente Ata que, após lida e aprovada, será assinada pelos Senhores Presidente e 1º Secretário.         

 


O SR. PRESIDENTE: Damos por abertos os trabalhos de presente Sessão Solene dedicada a homenagear a República da Itália. O Requerimento é de autoria do Ver. Vicente Dutra e a proposição foi aprovada pela unanimidade deste Legislativo.

Esta Casa, honrada com a presença de representantes da comunidade de descendência italiana entre nós, festeja, nesta Sessão, a data nacional da República da Itália, assim conhecida, desde junho de 1946, quando um plebiscito substituiu a monarquia pela nova forma de governo.

A sociedade gaúcha traz as marcas de todos os elementos que a compuseram, sendo os costumes italianos preservados até hoje.

A imigração italiana, a partir de 1875, propiciou que o Estado gaúcho deixasse de ser unicamente a terra da pecuária para transformar-se no celeiro agrícola mais importante do País.

Vivemos um momento significativo nesta tarde para confraternizar e agradecer à grande comunidade italiana de Porto Alegre, cujo sangue, tão profunda e generosamente, mesclou-se ao nosso.

Muito obrigado pela presença dos senhores e assim iniciamos, concedendo-se, de imediato, a palavra ao Ver. Vicente Dutra, autor da proposição, que falará pelas Bancadas o PDS, PTB, PCB, PL e PMDB.

 

O SR. VICENTE DUTRA: (Menciona os componentes da Mesa.) A honra que meus companheiros de Bancada me conferem, permitindo que eu lhes represente na homenagem que a comunidade presta por ocasião do Dia Nacional da Itália, é missão que eu, certamente, posso cumprir com um simples exame de olhos: no plenário, nas cadeiras anexas e em todas as demais dependências da Câmara Municipal há, para nossa felicidade, um grande número de italianos e de descendentes de italianos presentes. E é esta Casa do Povo o lugar que melhor pode representar e expressar os sentimentos de seus cidadãos. E esta Casa é dos italianos porque o italiano constitui expressiva parcela do povo de Porto Alegre.

Graças a Deus, eu diria. É tão significativa a contribuição italiana ao desenvolvimento da nação, e especialmente do nosso Estado, que já se torna impossível imaginar o que seria da história gaúcha se tentássemos desvinculá-la do processo de colonização iniciado em 1875.

Recontar a saga e o feito da colonização italiana no Rio Grande - e especialmente a calabresa em Porto Alegre - é redundância que os senhores irão, certamente, me permitir que omita. Seria o mesmo que tentar lhes recordar a conhecida história de honra e dignidade da própria Itália. Eu me consinto, entretanto, registrar aqui, a recente fusão da Associação Calabresa do Rio Grande do Sul e do Círculo Calabrese, o que originou a formação do Centro Calabrese, uma nova entidade que há de continuar a prestar os inestimáveis serviços com os quais temos contado para o aprofundamento de nossas relações e de nosso desenvolvimento. Queira Deus que saibamos corresponder a essa participação com nosso desejo de mais sincera gratidão.

Homenagear os italianos, aliás, tem outro caráter de franqueza e simplicidade, pois ocorre num momento especial que muito nos ajuda a estreitar a indiscutível identidade: é justamente a Itália, neste mês de junho de 1990, que recebe irmãos de 24 nações para assinalar um acontecimento que envolve a prática do futebol, o esporte que melhor caracteriza a grande paixão popular nos dois países. Lá concentramos, hoje, para efeitos de uma competição esportiva, esperanças que em muito se assemelham àquelas esperanças que desde o século passado nos unem no trabalho.

Nossos objetivos comuns não poderiam ser consagrados de forma mais adequada do que através da inteiração que aqui efetivamente ocorreu. Já mal discernimos, atualmente, no Brasil, um e outro povo. Miscigenamos nossos sangues, nossos ideais, nosso trabalho, e acabamos por nos tornar indistintamente, filhos da mesma terra, membros de uma única família.

Porto Alegre recebeu três contingentes diferentes de imigração: 1° italianos cosmopolitas (políticos, jornalistas, artistas) desde o início do século passado; 2° remanescentes das colônias agrícolas, que circundavam as cidades italianas, geralmente oriundos do Vêneto e da Lombardia (Vila Nova, Teresópolis, Tristeza) e 3° o imigrante propriamente da zona urbana (artesão, pequeno negociante), a maioria de origem meridional, especialmente calabrases que mantém até hoje uma identidade étnica. Todos enriquecendo nosso tecido social urbano com suas contribuições culturais, no seu mais amplo sentido.

Perfeitamente assimilados não nos deixam esquecer, entretanto, a sua origem: a Itália que hoje homenageamos.

Não se pode, contudo, dispensar formalidades que costumam reforçar os laços mais sagrados. Atos formais, rotineiramente constituem o ápice de um entendimento perfeito, e por eles eu me sinto particularmente gratificado em virtude da modesta, mas sincera, participação que possa emprestar ao processo que amplia nossa integração.

Foi assim - pelo desejo de formalizar nossa permanente homenagem àquele país tão amigo - que me tornei autor da proposição que denomina, em Porto Alegre, a Praça Itália, uma área de 11 mil metros quadrados de área verde na região m,ais nobre da cidade. Graças à aprovação desta Casa a proposição é, hoje, lei municipal, sob o número 6.441, de 1989. E foi pelo mesmo desejo que ainda no ano passado encaminhei Indicação ao Congresso Nacional, propondo que cidadãos italianos residentes há 10 anos ou mais em nosso País possam participar como eleitores, dos pleitos citadinos. A Praça Itália, como disse já é uma realidade, há uma combinação entre a empresa que está construindo o shopping para utilizar aquela área como canteiro de obras. Acredito que no máximo em 6 meses ela será liberada e imediatamente será construída por conta desta empresa a Praça Itália cujo projeto está sendo feito pelo arquiteto Fayet, que inclusive tinha garantido que estaria hoje aqui conosco. Dentro de aproximadamente 20 dias este projeto estará à disposição de italianos e da comunidade para ali trocar idéias e sugestões, mas posso garantir aos Senhores que pelo que tenho acompanhado será um excelente projeto procurando traduzir naquele espaço tudo aquilo da cultura italiana nestes 11 mil metros quadrados aqui da área central. É um presente que ganhamos e que teve a aprovação unânime de toda esta Casa e o entusiasmo de todos os Vereadores. A proposta, como disse, dos italianos com mais de 10 anos no Brasil votar, foi encaminhada no Congresso Nacional e o Deputado Vitor Faccioni solicitou-me uma minuta de emenda à Constituição sobre a nossa proposta. Elaboramos a minuta e o Deputado está neste momento colhendo assinaturas para poder formalizar a emenda em Plenário, quando, então, se iniciará o processo para a sua apreciação no Congresso Nacional. Teno a minuta aqui comigo, se alguém quiser tomar conhecimento. Só que o Deputado ao invés de 10 anos baixou para 5 anos a exigência, é que o cidadão italiano, não naturalizado, que comprovar que está há 5 anos residindo, ele poderá, se aprovada a emenda, votar e ser votado, poderá ser Prefeito de Porto Alegre. (Palmas.) Obrigado. Evidente que vamos ter que fazer todas aquelas formas de pressão para que o Congresso dê a aprovação a essa importante emenda.

O Deputado Vitor Faccioni solicitou-me uma minuta de Emenda à Constituição Federal sobre a nossa proposta. Atendido, o Deputado Faccioni está neste momento colhendo assinaturas para poder formalizar a Emenda em Plenário, quando, então se iniciará o processo para sua apreciação no Congresso Nacional.

Estes, me parecem, são os mais sinceros e espontâneos métodos de se prestar uma homenagem: aceitação, integração, reconhecimento. Três manifestações de sentimento estendidas a todos os que, aqui chegando, nos adotaram como seus irmãos, adotando ao mesmo tempo, nosso País como sua pátria. Lamentavelmente é preciso que se omita, neste singelo pronunciamento, os nomes mais singulares. Eu poderia cometer alguma injustiça. Além disso, ficou dito acima que eu tentaria evitar redundâncias, e citá-los seria apenas uma repetição.

Redundar, quando se trata de homenagear a Itália e os italianos que nos ajudaram a construir esta Cidade e este País, só pode ser autorizado se for para reiterar a magia da expressão: Muito obrigado.

Por tudo e para todos. (Palmas.)

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Concedemos a palavra ao Ver. Ervino Besson que falará em nome da sua Bancada, o PDT.

 

O SR. ERVINO BESSON: (Menciona os componentes da Mesa.) Falar da Itália não é muito difícil para quem é descendente de italianos, pois muito nos comove, porque é relembrar a colonização brasileira e a grande imigração italiana.

Não podemos falar da Itália sem falarmos da colonização italiana, especialmente no Rio Grande do Sul. Todo o povo que deixa a sua Pátria o faz em busca de uma vida melhor, conquistando novos horizontes, ou até mesmo por falta de oportunidades em sua terra natal, mas mesmo assim leva em seu peito a lembrança da terra em que nasceu e a esperança de um dia regressar, pois é quase impossível romper, por simples laços econômicos, os laços que os ligam à sua terra. Os italianos, mesmo com sofrimentos, desilusões e as canseiras do percurso entre a Itália e o Brasil, depois de pagarem taxas extorsivas aos agentes intermediários da emigração, chegaram ao Rio Grande do Sul com a esperança de encontrar aqui um novo mundo, que lhes propiciasse aquilo que era um sonho e que acabou virando a maior colonização do nosso Estado e, ficou no folclore da colonização, a lembrança aonde se conta este refrão:

“A L’merica noi siamo arrivati.

Non Abbiam trovato ne paglia nè fieno/Abbiam dormito sul nudo terreno/

Como le bestie abbiam riposá.”

“Chegamos à América/ não encontramos nem palha, nem feno/ dormimos no chão nu/ repousamos como bichos.”

Mas o bem estar e o êxito dos colonos dependiam, além do mais, de suas capacidades e disposição para o trabalho. Era-lhes necessário uma fibra espartana, para se dedicarem à agricultura e se constituírem em pequenos proprietários e, espalharam-se pelo Rio Grande do Sul, Paraná, Santa Catarina e Espírito Santo, porém, o Rio Grande recebeu seis vezes mais imigrantes.

Os italianos, unidos e, através de estruturas permanentes com associações profissionais de classe e de beneficência, de ajuda mútua e de assistência técnica, bem como mantenedoras de escolas, cooperativas de produção, bandas de música, lojas maçônicas e clubes recreativos, irmandades religiosas, sociedade de concidadãos, até comitês locais de instituições sediados na Itália e grêmios inspirados nas idéias de políticas italianas, surgem por todo o Rio Grande, onde quer que se encontrem núcleos imigrantes italianos fica caracterizado a uma forte tendência à ação organizada e institucional.

Desde o início da colonização procuraram tornar-se independentes e estabelecer-se por conta própria com sua lavoura, sua casa de negócios e sua indústria.

Convém destacar, porém, que o fator essencial para o sucesso da colonização italiana no Rio Grande do Sul é que o imigrante não vivia apenas do pão de seu trabalho. Era portador de um patrimônio cultural cuja reconstituição, no meio das matas virgens, foi preocupação tão importante quanto à busca de seu bem estar material. Foi a reconstituição de seus valores culturais, centralizados em torno da religião católica, que permitiu ao imigrante italiano superar dificuldades iniciais de tentar fazer esquecer a sua terra natal, mas mesmo assim a língua de origem, costumes e tradições italianas também foram preservadas durante muitas gerações e ainda o são. Os filhos de imigrantes, nascidos no Brasil, guardaram a língua e as tradições maternas como uma herança que se conserva em toda a sua integralidade e fazem parte dos costumes dos brasileiros que convivem com estes.

Os filhos, os netos, continuam sendo italianos. Não conseguiram regressar à sua terra natal, mas em cada canto do Rio Grande do Sul existe uma pequena Itália, caracterizada pelos estilos das construções, pelos costumes, pelas festas, pela integração e, especialmente, pela gula característica dos italianos. Hoje os descendentes de italianos amam o Brasil, pois se apegaram a esta terra tão rica, que fornece frutos frondosos, alimentação farta, liberdade de expressão a todos, mas todos carregam em seu peito um pouquinho da Itália, da beleza italiana, do passado italiano e porque não, das belas mulheres italianas.

Queres conhecer um pouco da Itália, conheça um pouco do Rio Grande do Sul! (Palmas.)

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Com a palavra o Ver. Omar Ferri, em nome da Bancada do PSB.

 

O SR. OMAR FERRI: (Menciona os componentes da Mesa.) Padre Floriano Ciman, meu grande amigo, meus senhores e minhas senhoras, prezados amigos e amigas aqui presentes. Eu tenho dito que a nossa vida, em seus desdobramentos, nos traz, muitas vezes, surpresas muito agradáveis. Eu tenho dito em meus pronunciamentos que, além de todas estas pessoas amigas, que nasceram na Itália e que, para alegria nossa, convivem entre nós, delas eu elegi três pessoas e tenho dito que são três irmãos meus: o Biaggino, que está aqui presente, o Chico, sócio dele, e Il Panatieri, que é o Biaggio. Estes, realmente, são meus irmãos, porque sinto uma amizade incrível por eles. De alguma forma, nós todos de origem italiana, sentimos que alguma coisa nos une, uma espécie de atmosfera, não sei se cósmica ou teleológica, que une dois continentes – a velha Europa e a nova América. E digo isto porque, assim como para os senhores que nasceram na Itália e se sentem tão bem aqui, a recíproca também é verdadeira. Nós, descendentes de italianos, quando chegamos na Itália e eu para lá já fui 4 vezes, eu me sinto em casa. Eu sou recebido pelos meus amigos em suas casas que sempre fazem festa para mim como eu faço festa para eles quando eles aqui chegam. Eu me lembro da vibração, eu diria, do dia em que eu cheguei na Itália. Desci em Milão e não parei porque peguei um trem e fui para a Suíça, só depois é que eu voltei para a Itália. Mas eu senti uma vibração que parecia que todos os átomos, partículas e moléculas que compunham a tessitura biológica do meu corpo estavam numa efervescência incrível, porque eu havia chegado em uma terra que eu sem conhecer já a amava.

E eu me lembro que quando eu comecei a andar pelas suas cidades grandes e pequenas, pelos seus paeses e paesetos; quando eu via a cada dois metros um monumento público e a cada monumento público dois mil anos de História, eu sentia que eu vivia a grandeza de uma terra que sempre fora grande. E hoje a Itália já não é mais a Itália dos 2.000 anos de História, hoje a Itália é, possivelmente, um país que se recuperou através da História e ocupa, talvez, o 4° ou no máximo 5° lugar no concerto da indústria, da economia e da realização dos grandes países. Já passou a Inglaterra e, digamos assim, está nos calcanhares da França. E isto para nós além de ser um orgulho continua sendo uma glória. E eu senti isto domingo, ainda, quando eu recebi um empresário italiano que mora em São Martino da Lupari, a 40 quilômetros de Padova e a 30 quilômetros de Vicenza e que é um pequeno empreendedor, é um pequeno empresário. Mas este pequeno empresário já colocou um escritório na Polônia e já tem escritório em Hong Kong. E me lembro que quando ele chegou ao Brasil, nós, os amigos dele e eu, Romildo Bolzan, o Prof. Crivelaro, nós colocamos os nossos automóveis para que ele fosse para o interior do Rio Grande do Sul fazer contato com as grandes indústrias de frango, tendo ele fechado contrato com a empresa de Montenegro chamada Frangosul que hoje está expandindo seus negócios em toda a Europa. Domingo, quando recebi em minha casa Ferdinando Bragagnolo ele falava do novo clima que existe na Europa, clima do empreendimento, da pequena empresa, da microempresa, não da grande propriedade. É a microempresa que dá um alento industrial e econômico, indistintamente, eu diria, que personaliza uma família, uma pessoa que empreende daí nasce o progresso, nasce também porque não existe latifúndio, pelo menos da Calábria para cima e em nenhum país do mundo que avançou na sua economia, na sua indústria, nas artes, nas ciências, que progrediu, em nenhum grande país do mundo predomina o latifúndio, eles têm isso bem presente, sentem esta realidade e vou levá-lo amanhã para a televisão para que ele até critique o grande empresariado brasileiro que perdeu aquele élan de agredir o mundo da economia, o mundo do comércio. Eu me lembro dos italianos que chegaram aqui, muitos de vocês que estão presentes aqui, chegaram com uma vontade de vencer na vida e venceram. Venceram e optaram por esta terra, que amam tanto quanto amam a terra que há 30, 40, 50 ou 60 anos deixaram. Muitas lágrimas, muita força e sacrifício iniciais, estas são a têmpera do imigrante. É assim que se constrói a grandeza de qualquer nação e esta têmpera os patrícios italianos tem até de sobra.

Por isto, Valdir, que esta Cidade através de seus Vereadores, através da sua pessoa que preside esta Casa homenageia este povo irmão fazendo votos que eles sempre se considerem neste novo torrão felizes, com o semblante e a aparência que todos eles comprovam; a felicidade, a irmandade, a comunhão e o congraçamento presente entre nós. Viva a Itália! E viva o Brasil! (Palmas.)

(Revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Com a palavra o Ver. Artur Zanella, em nome da Bancada do PFL.

 

O SR. ARTUR ZANELLA: (Menciona os componentes da Mesa.) Eu hoje, concluindo esta Sessão, na parte dos Vereadores, eu dizia que nós estamos aqui, provavelmente com idéias diferentes. Um lembrando a Itália dos Césares, outro a Itália já sob a invasão dos bárbaros, a Itália dos Reis. Eu gostaria de falar da Itália da democracia e um pouco da Itália da colonização que nos trouxe e trouxe os nossos antepassados para este País. Eu este ano finalmente me dispus a fazer aquele mesmo caminho que os meus antepassados fizeram, Caxias, Antônio Prado, onde me alertaram que a estrada é muito ruim que é melhor não ir, que tem problemas, e lá no interior de Vacaria, hoje Município, a Vila do Ipê, onde no século passado o Giusepe, que foi meu bisavô, Sílvio, meu tio-avô, Anselmo Quintinio, meu avô, fizeram lá uma pequena hidroelétrica, um moinho de trigo que eu não fui ver com a minha família porque com chuva é muito perigoso e as estradas não são boas, pode estragar o carro. Eu imagino dizendo isso para os senhores, em 1990 com todas as facilidades que nós temos eu ainda não fui conhecer a cidade onde foram os meus antepassados, porque a família acha um perigo ir para lá, ou coisa assim, os senhores imaginem, a mais de 100 anos como é que aquelas pessoas foram. Como é que elas chegaram num navio no Rio de Janeiro, largaram aqui em Rio Grande e foram de lombo de burro, de carroça, sei lá, e cem anos depois ainda há dificuldades para chegar lá numa terra como aquela. Então esta é a evocação que eu faço daqueles que aqui vieram, e dizia o Besson há poucos dias, que até os 10, 15 anos ele não falava português, foi falar português agora, tal era o isolamento em que vivia com sua família, o Besson que hoje nos dá a honra de estar conosco aqui como Vereador e ter falado hoje em nome do seu Partido. Mas eu queria colocar a importância que eu vejo a Itália de hoje, para o nosso País e para o nosso Estado. Porque a Itália não tem lugar para grandes hidroelétricas, não tem energia elétrica, ela não tem petróleo, a não ser poços microscópicos de 30, 40, 50 anos atrás que se procuravam, não tem matérias primas apreciadas e grande parte do país é constituído por montanhas. A Itália em termos políticos, é uma eleição em cima da outra com aquela estabilidade partidária, mas não estabilidade política e um país que foi arrasado pela guerra, que num determinado momento no final da guerra não sabia mais quem é que era o aliado e quem é que era o inimigo, porque o aliado de antes o atacava, o Ministro de antes estava isolado, os americanos que eram os inimigos, quando chegaram em Roma, já eram aliados, um país arrasado e que hoje, acho eu, mostra caminhos para que o Brasil possa achar o seu caminho. Não nos adianta, e eu vou citar somente um país, não nos adianta seguir o exemplo da Suíça, não é o nosso espírito, não é o nosso estilo e nós temos que partir com esses países que têm ligação conosco como: Portugal, como Espanha e como a Itália que já mantém conosco uma série de empreendimentos que vão desde fábricas que para cá vem como a FIAT, como a PIRELLI, como a COENSA, como aqueles que fazem aqui os seus empreendimentos e até posso citar 200 empreendimentos, mas vou citar o Biaginho aí que é um dos empreendimentos mais gostosos e alegres que temos. Eles fazem aviões, aviões de combate, o AMX. É uma terra onde a inflação não existe, há poucos dias um jornalista de Porto Alegre espantado dizia que lá que se consumia e não tinha inflação, como é que era isso! Demonstrando a sua surpresa. Exatamente num país que tem o tamanho do Rio Grande do Sul, não mais que isso e muito mais habitantes. Mas, Sr. Presidente, Srs. Vereadores, tudo isso é muito bom, tudo isso é notável, mas queria ao final dizer que muito mais importante que tudo isso é a cultura, é a amizade, é essa integração que esse povo trouxe aqui para nós. Temos que apreender mais com essa capacidade que o povo italiano teve e tem de, sem abdicar de suas origens, unir-se a todos os outros povos e é isso que eu queria nesta tarde chuvosa, no final de uma Sessão solicitada pelo Ver. Vicente Dutra que já se formando uma tradição nesta Casa, e é isso que queria ressaltar: essa amizade, essa cultura, este povo alegre, esse povo feliz que nos recebe, a nós brasileiros, hoje, com toda a amizade, com toda até irmandade. Nós daqui a 3, 4 ou 5 dias seremos opositores esportivos na Itália, o que as televisões nos mostram é uma integração do nosso povo com o povo italiano e tenho certeza, seja qual for o vencedor sempre teremos, acima daquela disputa esportiva, um ideal, um ideal de amizade, um ideal de integração e que terminado esse episódio nós possamos cada vez mais estreitar as nossas relações com os italianos e, principalmente, com aquelas pessoas que aqui representam, neste Estado e neste País, o povo italiano. Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Vicente Dutra iria falar também em nome do PT, tendo em vista compromissos já assumidos pelo Ver. Giovani Gregol, porém o referido Vereador teve condições de comparecer e usará da palavra em nome do PT.

 

O SR. GIOVANI GREGOL: (Menciona os componentes da Mesa.) Senhoras e senhores, como referiu o Presidente desta Casa, Ver. Valdir Fraga, eu, por compromissos assumidos com viagens ao interior do Estado, não deveria, de acordo com as minhas previsões, falar hoje aqui, porém tive oportunidade de atrasar a minha saída e não deixar de representar a minha Bancada, a Bancada do Partido dos Trabalhadores e a mim próprio nesta solenidade que para nós é tão importante. Eu sou um Vereador novo nesta Casa, esta é a minha primeira Legislatura, mas recordo que no ano passado nós também fizemos uma belíssima Sessão, também por proposição do Ver. Vicente Dutra, que muito nos honra, e eu tive a oportunidade de falar e, se assim permitir a minha Bancada, todos os anos, nesta oportunidade, gostaria de estar aqui. É uma honra homenagear a República Italiana e representar o meu Partido. Para nós, latinos em geral, italianos, a emoção é muito importante, a emoção temperada pela razão, é claro, e nós somos muito gratos, muito honrados e muito fiéis à nossa origem, à nossa descendência. Falar da Itália é falar da vida, porque não existe apenas um povo, uma pátria, uma nação italiana. Existe uma civilização italiana que é algo de ordem mais alta. Há milhares de anos a civilização cresce, se complexifica, na península itálica. Na época do surgimento de Roma vários povos habitavam a península. Eram os latinos do sul, as colônias gregas, Niápolis, a nova cidade, hoje Nápoles, a chamada magna Grécia, no norte, os gauleses, na Úmbria, os Úmbrios e tantos outros, os etruscos, e assim por diante. Depois de alguns séculos, inclusive depois de uma dominação etrusca, Roma, esta Cidade-Estado, cresce e se transforma na grande potência política, econômica e cultural do mundo ocidental e que, na força do seu poder, do império romano, ocupa desde a Inglaterra, Londres, Londinium é uma cidade fundada pelas legiões italianas, até a Escócia, na Escócia as legiões não entraram e até o extremo oriente, até o Rio Tigre e o Rio Eufrates. Por estas regiões todas levaram a cultura latina, que é a base, hoje, da nossa cultura, não só da Itália, mas das demais nações, dos povos de língua latina e que, depois de 10, 12 séculos, através da expansão comercial, os navegadores das cidades-estados como Gênova, como Nápoles, como tantas outras cidades, vieram também levar a cultura italiana até os lugares mais longínquos do planeta Terra.

Nunca nos esquecemos que Cristóvão Colombo era um genovês. Não esqueçamos nunca que Américo Vespúcio, que acompanhou as expedições portuguesas, piloto, era italiano. E o Hino Nacional, geralmente a gente canta errado: florão da América. Mas não é da América, é florão de Américo. Florão de Américo Vespúcio. Esta é a letra original. Florão de Américo Vespúcio que foi um dos primeiros navegadores que aqui chegou junto com as expedições portuguesas, assim como Colombo, que era italiano, tinha comandado, no caso como Capitão-Mor, as expedições de Espanha.

E a nossa civilização italiana – não vamos aqui falar de manifestações - tem florescido. Tem mostrado uma capacidade enorme de renovação constante. Então, nós temos a cultura pré-império romano. Nós temos a cultura romana, com várias fases durante o império romano; alto império; baixo império; nós temos a chamada Queda do Império Romano, que na verdade não é uma queda, porque uma queda é uma coisa rápida, ela durou vários séculos, em que a cultura romana se imiscuiu, se casou com as culturas dos povos chamados de bárbaros, na época, povos celtas dando origem à cultura e às línguas, inclusive, da Idade Média e ao Renascimento que surge, também, não por acaso na Itália, em que é retomado, entre outras coisas; o Renascimento é o renascimento do quê? Da retomada da cultura greco-romana que já tinha predominado no passado. E hoje nós temos uma Itália também em enorme e flagrante – basta ter olhos para ver – florescimento cultural, florescimento que nunca vem sozinho, como a Renascença mostrou, Renascimento cultural, acompanhado ou precedido de um grande florescimento econômico, político e assim por diante. Vários aspectos aqui foram abordados sobre a Itália e muito se pode falar. Eu queria ressaltar alguns aspectos como por exemplo o aspecto ambiental. Eu, como ecologista, atento muito para isto. Como foi referido, a Itália é um território pequeno, mais ou menos do tamanho do Rio Grande do Sul, montanhoso, com poucos cursos de água. E, no entanto tem uma indústria muito importante, que está entre as cinco ou seis maiores do mundo e este parque industrial precisa de energia. E de onde sai esta energia? Esta energia hoje sai de uma administração conscienciosa, tecnicamente e extremamente elaborada dos recursos energéticos da Itália, porque lá o desperdício é pequeno e inclusive a Itália, que tem poucos rios, abriu mão do seu programa nuclear. Vejam que excelente exemplo para nós, países do terceiro mundo, para nós, Brasil, o nosso País que é um País com a maior rede hidrográfica do mundo inventou de - ainda na época da ditadura militar, em nome do povo que não foi consultado - instalar aqui um programa nuclear que já nos custou 7 bilhões de dólares e uma usina nuclear que não funciona, graças a Deus, que se ela funcionar ela é um perigo, é melhor que ela fique apagada, mas se enterraram ali 7 bilhões de dólares. Na Itália foram feitas também algumas usinas, mas aquela questão da democracia que alguém já falou também, do exemplo de maturidade política e de estabilidade que a Itália nos dá, porque caem os gabinetes mas a administração continua, e a Itália, através de um plebiscito popular que foi solicitado segundo a constituição daquele país, por “n” movimentos sociais e encabeçados pelo movimento ambientalista italiano, a população italiana resolveu que o programa nuclear não fosse adiante. E a Itália vai muito bem, obrigado, apesar de ter aberto mão do seu programa nuclear, economizando energia, administrando bem os parcos recursos energéticos que ela tem e com um impacto ambiental mínimo. Isso mostra um contraste ainda conosco. Então nesse aspecto nós também temos que aprender com a Itália. E a força do movimento, também gostaria de citar aqui a força do movimento civil italiano, das entidades de classe, dos sindicatos, das centrais sindicais, dos partidos políticos, inclusive os partidos políticos de esquerda. É preciso citar aqui que o maior partido de esquerda do mundo ocidental é o Partido Comunista Italiano que eleitoralmente parece que tem sofrido percalços nas últimas eleições mas que ainda é um partido muito importante e que administra inclusive grandes cidades da Itália, como Bologna e outras. E segundo, nós sabemos aqui, administra bem. Então isso mostra uma sociedade madura, uma sociedade que pratica realmente e não deixa que a democracia seja apenas letra morta; que respeita os seus governos e que os partidos ali se alternam e a Itália continua cada vez mais rica, preservando o passado, sendo fiel ao seu passado, atenta ao seu presente e com os olhos voltados para o futuro para reunificação, inclusive européia, que significará o renascimento do Velho Continente no contexto hoje das grandes potências, porque a Itália será o outro grande bloco econômico, político e cultural que fará o contraponto aos dois grandes blocos liderados pelos EUA e pela URSS. E eu, por motivos óbvios, sou muito mais simpático a este terceiro bloco que surge e no qual a Itália assume um papel de destaque, desbancando países que até recentemente, na segunda guerra e que historicamente é muito pouco tempo, eram matrizes de grandes impérios coloniais como é o caso da Inglaterra. E hoje a Itália com a força da sua cultura, da sua democracia, galga degraus acima desses países, em vários sentidos, mostrando a sua potência. Hoje a Copa do Mundo se mostra lá, mas nós descendentes de italianos, temos uma obrigação muito séria, antes da Copa, durante e depois da Copa, que é preservar aqui no Brasil a cultura italiana, com honra e seriedade, com uma política permanente. Por que é chegada a hora no mundo todo, e nós sabemos que isto está acontecendo e nós estamos sendo inclusive, com prazer, os agentes desse fortalecimento da tradição e da propagação da cultura italiana, que é milenar em todo o mundo, e principalmente do Rio Grande do Sul em círculos e entidades de todo o mundo. Assim eu concluo, dizendo, viva o Brasil e viva a República Italiana! Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Com a palavra o Sr. Antonio Alberti, Presidente do Comitê de Integração Italiana.

 

O SR. ANTONIO ALBERTI: Sr. Presidente desta Casa, Ver. Valdir Fraga; Ver. Vicente Dutra, idealizador deste festejo; Sr. Antonio Roseto; Sr. Tomaso de Lorenzo; Sr. Carlos Bicchieri; Jornalista Firmino Cardoso; Srª Antonieta Baroni; Srs. Vereadores presentes; senhoras e senhores. O que nos comoveu aqui não foi a simples comemoração de um dos dias mais importantes da República Italiana porque esta idealização veio de gente que tem as suas leis para isso. Isso nos demonstra que os séculos passam mas a gente italiana não se perde. O que o Comitê da Integração Italiana quer é que aflorem essas raízes, que a cultura italiana que viveu aqui 100, 150 anos atrás, antes dos nossos imigrantes de 1875 chegarem, aqui queremos que se preserve, e o esforço maior da imigração italiana é no sentido de reencontrar as raízes que os nossos pais deixaram na Itália, porque nunca essas raízes se cortaram. Eu gostaria de lembrar esse dia da Itália, o 02.06.1946 é o marco dos mais importantes dias na História da Itália, não somente porque escolhemos entre dois tipos de Governo: República ou Monarquia. Naquela época a Itália era dividida, alguém votava para a República chorando pelo afeto que sentia ainda pela Casa Sabóia, efetivamente ninguém votou contra os Sabóias, pois foram os maiores reinantes da Europa naquela época. Mas nós nos lembramos, nós republicanos, que 85 anos antes, 20 anos, Giuseppe Garibaldi, que aqui também passou, perto de Nápoles, medindo as suas forças com o Rei do Piemonte, teve que entregar o sul da Itália que tinha liberado a Coroa dos Sabóia, parecia, digamos, um gesto de magnitude, mas foi um gesto também de necessidade, Garibaldi não podia ter conseguido nada mais que um banho de sangue se naquele momento tivesse enfrentado as forças de Piemonte. A Itália naquele dia era um país totalmente destruído, os americanos ainda estavam na nossa terra, as forças aliadas ainda dominavam a Itália, era um país essencialmente de escombros. Mas nós sentíamos que estávamos perto de uma trégua porque as esperanças e a força do trabalho não estavam perdidas, se lutou, conseguiu vencer a idéia republicana, foi feita uma das Constituições mais concisas e mais claras que até hoje foi vista, além daquela norte-americana. E as primeiras palavras da nossa Constituição são aquelas que também os nossos imigrantes, antes que essa Constituição existisse e em anos antes levasse para o Brasil: “A Itália é uma República fundada no trabalho”, é com o trabalho que a Itália se fez, a Itália parece uma coisa estranha mas foi muito fiel até hoje a sua Constituição. A Itália é o país que tem a maior estabilidade política de seus últimos anos. Se entendermos como políticas as instituições, a Constituição italiana, aquela de 1946, os nossos Presidentes ficaram governando fora, alguns casos raros, todos os sete anos de seus mandatos, mudamos os Ministros, e hoje também nos orgulhamos de ter Ministros que são invejados em todo o mundo, grandes políticos e acho que se hoje o Maquiavel voltasse a vida diria que teria quase vergonha em encontrar políticos muito mais vivos e com uma capacidade política maior que a sua que hoje poderia fazer nome, até o nome como o nosso 1° Ministro Andreotti. Agradeço a esta Câmara de Vereadores pela homenagem que foi feita nestes últimos 2 anos, isso demonstra que a integração entre os italianos e seus descendentes ainda é forte e isso será muito importante para uma cooperação entre a Itália e o Brasil porque como disse o Ministro Andreotti no último encontro em Roma durante a Segunda Conferência Mundial de Imigração, a Itália dirigirá a sua cooperação especialmente àqueles países onde o componente italiano é muito importante e isso, naturalmente, poderá trazer vantagem ao Brasil e ao Rio Grande do Sul. Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Estamos chegando ao final e realmente a integração italiana e brasileira, além de forte, é amiga e respeitável e, assim, com muito carinho e respeito aos nossos irmãos italianos, estamos encerrando e agradecendo a presença de todos com os nossos cumprimentos. Agradecemos aos componentes da Mesa, e as demais senhoras e senhores. Boa noite.

 

(Levanta-se a Sessão às 18h28min.)

 

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